19 julho 2008

Castigos corporais podem causar problemas sexuais na adolescência

Crianças
Castigos corporais podem causar problemas sexuais na adolescência
Os castigos corporais às crianças poderão causar-lhes problemas sexuais na adolescência e na idade adulta, segundo um relatótio do Laboratório de Investigações Familiares da Universidade de Hampshire (EUA)

Segundo Murrat Straus, co-director do laboratório, a análise de quatro relatórios sobre castigos corporais de pais a filhos revelou que estavam directamente relacionados com três problemas sexuais que surgem na adolescência ou na idade madura: violência física nas relações sexuais, sexo sem preservativo e sexo masoquista.

Straus apresentou o seu relatório numa reunião sobre Violência e Abuso nas Relações realizada pela Associação de Psicologia dos Estados Unidos.

«Estes resultados, juntamente com mais de 100 outros estudos, sugerem que o castigo corporal origina relações sexuais violentas e problemas de saúde mental» , disse Straus.

O investigador acrescentou que a prevenção da relação sexual violenta é fundamental.

«Podemos prevenir os problemas de saúde mental e a violência nas relações sexuais com uma política de saúde nacional que recomende que nunca se aplique o castigo corporal às crianças» , disse.

Os castigos corporais a crianças praticados na família são proibidos e punidos em 19 países do mundo, incluindo Portugal, o que representa 2,3 por cento da população infantil mundial.

Contudo ainda existem 178 países que permitem este tipo de actos.

Segundo um documento sobre o fim dos castigos corporais da autoria da Global Initiave To End All Corporal Punishement of Children apresentado no final de 2006, Portugal aparece como um dos Estados que alterou a sua legislação tendo em vista o respeito pelos direitos da criança e a abolição dos castigos corporais.

O documento refere que mais de 100 Estados proibiram toda a punição corporal na escola, o que representa 41,2 por cento da população infantil e quase 150 fizeram-no no que respeita ao sistema penal.

Na verdade, adianta o relatório, o mundo caminha rapidamente para a aceitação dos direitos das crianças, para o respeito pela sua dignidade humana e integridade física, mas ainda há um percurso a percorrer para que esta aceitação esteja plasmada na legislação.

Portugal, Nova Zelândia e Holanda foram os últimos a incluir na legislação artigos que punem claramente os castigos corporais em casa, seguindo assim a Grécia, que o fez em 2006, e a Hungria e a Roménia, em 2004.

O primeiro país a tomar esta iniciativa foi a Suíça em 1979, seguido da Finlândia em 1983, da Noruega em 1987, da Áustria em 1989, Chipre em 1994, Dinamarca em 1997, Letónia e Croácia em 1998, Israel, Alemanha e Bulgária em 2000 e Islândia em 2003.

Lusa / SOL

Tirado de: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=82721

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